No universo do futebol, poucos nomes carregam tanta história e carisma quanto José Macia, universalmente conhecido como Pepe. Um verdadeiro “Craque Eterno” e, sem dúvida, um dos maiores ídolos que o Brasil já viu, sua trajetória é um capítulo à parte na galeria dos campeões mundiais. Prepare-se para mergulhar na vida do homem que, com um chute de esquerda lendário, ajudou a moldar a era de ouro do futebol brasileiro.
De Santos para o Mundo: As Raízes de um Gênio
Imagine um garoto nascido em 25 de fevereiro de 1935, numa segunda-feira de Carnaval, no coração de Santos, em plena Rua João Pessoa – a mesma onde o Peixe, seu futuro clube, foi fundado anos antes. José Macia, filho de imigrantes espanhóis, já trazia no sangue a paixão e a garra. Mal sabia ele que seu destino estava irremediavelmente ligado à bola.
Em 1942, a família se muda para São Vicente, e é nas peladas do bairro, em times como Comercial FC e Mota Lima, que o pequeno Pepe começa a desferir seus primeiros “canhões”. Ali, entre amigos e campos de terra, nascia a lenda. Com apenas dezesseis anos, jogando pelo São Vicente AC, a chance de ouro bateu à porta: um teste no Santos Futebol Clube. Em 4 de maio de 1951, os gramados da Vila Belmiro recebiam um talento bruto que seria lapidado para a imortalidade. Aprovado pelo técnico Salu, era o início de um romance que duraria décadas.
O Chute do “Canhão”: Uma Lenda na Vila Belmiro
Pepe dedicou 15 anos gloriosos de sua vida ao Santos, de 1954 a 1969. Ao lado de um certo Rei chamado Pelé, ele formou uma das duplas mais letais e espetaculares do futebol mundial. Sua perna esquerda era uma arma calibrada, e seus chutes, verdadeiros projéteis que lhe renderam o icônico apelido de “Canhão da Vila”. Com impressionantes 405 gols em 750 partidas, ele se tornou o segundo maior artilheiro da história do Peixe, um feito que fala por si só. Suas jogadas, seus gols e sua dedicação foram pilares para que o Santos se tornasse sinônimo de excelência e arte em campo, conquistando títulos que ecoam até hoje.
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Bicampeão Mundial: A Contribuição Silenciosa, mas Fundamental
A história de Pepe com a Seleção Brasileira é um misto de glória e superação. Ele esteve presente nas convocações que culminaram nos títulos mundiais de 1958 e 1962. Embora a sorte não tenha permitido que ele entrasse em campo nas partidas decisivas, devido a lesões que teimavam em aparecer nos momentos cruciais, sua presença era inestimável.
Sua contribuição nos treinamentos, seu talento no elenco e a energia que trazia para o grupo foram fundamentais para o ambiente de vitória. Por isso, ele é merecidamente reconhecido como bicampeão mundial, um título que ele ostenta com orgulho, parte integrante daquele grupo que fez o Brasil conquistar o mundo pela primeira e segunda vez.
Da Chuteira à Prancheta: O Legado de um Mestre
Quando as chuteiras foram penduradas, Pepe não se afastou do cheiro da grama. A paixão pelo futebol o levou para a área técnica, e ele se tornou um treinador respeitado e vitorioso. Sua jornada começou em casa, no Santos, onde em 1972 já estava no comando e, em 1973, conquistava o Campeonato Paulista.
Mas a versatilidade de Pepe transcendeu fronteiras estaduais. Ele comandou diversas equipes, culminando em feitos históricos. Quem não se lembra do São Paulo Futebol Clube campeão brasileiro em 1986 sob sua batuta? E, no mesmo ano, ele realizou uma das maiores proezas do futebol paulista: levou a modesta Internacional de Limeira ao título do Campeonato Paulista, tornando-se o primeiro técnico a vencer o torneio com um time do interior. Um feito que eternizou seu nome não só como jogador, mas também como um estrategista inovador.
O professor Pepe atuou também como técnico no Atlético Paranaense (campeão da Série B em 1995), além de várias outras equipes, tais como Coritiba, Portuguesa, Ponte Preta, Guarani, Fortaleza, Náutico, e no Japão com o Tokyo Verdy, e no Catar com o Al-Sadd e Al-Ahli, e até a Seleção Peruana. Pepe encerrou sua brilhante carreira no início dos anos 2000, deixando para trás um rastro de dedicação, conquistas e um amor incondicional pelo esporte. Ele é, e sempre será, um dos “Craques Eternos” do nosso futebol, uma inspiração que transcende gerações e que merece ser contada e recontada, eternamente.
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